segunda-feira, 14 de março de 2011

É hora do show, jogue o jogo e faça as pazes com o rock and roll

Você sabe
Você conhece
A voz do mal
Você sentiu
O beijo do demônio
Você ouviu
O canto das sereias

A mulher mais linda do mundo
Que eu não conheci
Agora está aqui
The Clash toca alto
Dormir não é justo com ninguém
Se podemos lembrar
Morrer
Garagem sempre a vista
Um sorriso
Dois, três ou mais..

Ela deitada de bruços
Uma lata de ervilha aberta
Derramada no chão
O quarto fede a vinho
Cigarro e sexo
É um belo rabo
É uma bela mulher
Estou apaixonado
E com fome
Pego um papel
Faço de colher
Cato as ervilhas no chão
Mastigo-as com vontade
Querer e fazer
Só se distinguem na reflexão

Há algo de errado
Que não enxergo
Beber é o melhor caminho
Bater a porta e sair correndo
Virar a carne do avesso e tocar fogo
Na alma

Cantos da tarde

Falar de si mesmo é uma idiotice
Quando se está de acordo com tudo
E com todos; existem problemas lá fora
Aqui dentro, também, lá fora, aqui...
um cachorro correndo pela rua
um homem revirando o lixo
uma criança saindo da escola
uma mulher pedindo esmola
eu, nascido para ser poeta
sem cor, pátria ou navalha
um barbudo sentando no ralo
sorrindo embaixo do chuveiro
assistindo água levar
toda alegria embora.