ed.35, sábado, 19 de setembro.
Escuto, leio e volto a ficar transtornado: “O que é bom é relativo”. Aé? Se o que é bom é relativo, matar alguém depende do ponto de vista de cada um? Ou desviar dinheiro dos cofres Públicos para uma conta pessoal nas Ilhas Cayman, para gastar grana depois com a família no México, pois outros “iriam roubar de qualquer maneira”, seria bondade na cabeça do corrupto?
De fato a bondade é algo complicado, ainda mais nos dias de hoje onde o que é bom, belo, ou o verdadeiro, foi substituído pelo que é “mais gostoso” e por conseqüência a felicidade ficou diminuída aos prazeres. Quanto maior o número de prazeres, maior será a “felicidade”. Tendo em vista que vivemos numa sociedade de consumo e que esses valores devem necessariamente ser impregnados na cabeça das pessoas para esse modelo econômico continuar sobrevivendo, isso não se torna tão assustador como deveria, ainda mais quando ninguém quer abrir mão de nada.
Muita gente critica as religiões, mas são essas organizações sociais que fazem como poucas, uma pergunta muito importante para o homem: que tipo de pessoa eu quero ser? Fazendo com que as pessoas busquem auto-realização em coisas concretas, ao contrário do que faz a burguesia, que tem um modelo de pensamento medíocre, onde apenas uma caderneta de poupança gorda basta. Se esquecendo do objetivo do ser humano, de superar-se a cada dia.
Que a vida não é um mar de rosas é sabido por todos, mas daí querer superar isso através de poder e dinheiro está errado. O poder como forma de liberdade é justo, mas como forma de controle é tolice. A plena perfeição, ou seja, o que é bom, a beleza, a pureza, a própria natureza, tudo isso, está intrinsecamente ligado a liberdade do ser, ou seja, não há como ter poder, ou domínio sobre si mesmo, escolher um futuro, ou almejar algo, sem ser livre. E para adquirir tal liberdade é necessária a libertação de nossos vícios, que são muitos, e maior escravo é aquele que não domina suas paixões, que não tem controle sobre si mesmo.
Um gole para todos aqueles que enfrentam a vida com agonia, procurando sempre o auto-conhecimento de si mesmo, sem comprar receitas de felicidade nas prateleiras do capitalismo. Um gole aqueles que enfrentam a vida como uma batalha e sabem que só a morte trará o descanso recompensado e mesmo assim não se suicidam. Um gole a todos aqueles que sofrem, enlouquecem necessitados de tão pouco, mas mesmo assim não abaixam suas espadas, mesmo que estas sejam de plástico, mas é difícil matá-los, pois estes têm coração de ouro. Um gole aos belos e justos que procuram a verdade sem medo de sofrer, que não se enganam para fingirem ser felizes. Um gole a todos aqueles, que assim como eu, sabem que são escravos de alguns vícios, mas tentam libertar-se e não se acomodam. Um gole aqueles que sabem o que significa sermos chamados de humanos e que a única coisa que vale a pena é entrar na vida para lutar, até o último gole, grito, ou suspiro.
. . . . . . Algumas pessoas nunca enlouquecem, que droga de vida elas devem levar...
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terça-feira, 22 de setembro de 2009
Filosofia De Boteco - coluna semanal do Jornal Expressão Popular
ed.34, sábado, 12 de setembro.
Nesta última segunda, estava eu voltando para casa chacoalhando dentro do ônibus vindo de Porto Alegre, quando me toquei que era feriado. “Poxa, independência do Brasil, grande país. Como me esqueci”? Olhei aminha volta e me senti mais frustrado ainda, pois o pessoal todo estava tão desligado desse fato quanto eu, ali, emburrado porque só consegui pegar um ônibus para Montenegro às onze horas da manhã, devido ao feriado.
Grandes, médios ou pequenos, os desfiles cobrem as manhãs de 7 de setembro. Poucos lembram do fato em si, “Independência ou Morte”, como bradou D. Predo as margens do Ipiranga, salvo que determinados aspectos dessa versão, no entanto, são contestados por alguns historiadores, mas o fato é que a liberdade (ausência de submissão, de servidão e de determinação, tudo aquilo que qualifica a independência do ser humano) é pouco lembrada e valorizada pelo povo. “Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um” segundo Sartre, filósofo Frances nascido em 1905 e morto em 1980.
Que não somos livres para escolher determinar nossas vidas e que isto se agrega a muitíssimos fatores políticos e econômicos já é sabido por muitos, ou por todos. Nem nossos hábitos mais são livres, somos e fazemos o que a maioria faz, e a maioria faz o que está sendo estimulada a fazer. Nos filmes tremula a bandeira norte americana, na música, o hap dança com seus correntões de ouro. Será que na literatura o nosso grande escritor Paulo Coelho nos salvou?
Um gole a frase “Sou brasileiro e não desisto nunca”, ou seria “sou brasileiro e não consigo nunca”? Não sejamos tão pessimistas, um gole a nós, grandes habitantes de um pequeno país manipulado e cansado das políticas públicas vigentes, dos políticos que nada mais são do que o espelho de seu povo. É difícil mudar, é difícil, quando nos sentimos sozinhos. Vale lembrar que nós todos sofremos, por isso eu digo, um gole a nós, ao 7 de setembro, mas não devemos nos animar demais e beber tudo, guardemos um gole para brindar a nossa “Independência Mental”, com vinho, pois esta, tarda a chegar.
Nesta última segunda, estava eu voltando para casa chacoalhando dentro do ônibus vindo de Porto Alegre, quando me toquei que era feriado. “Poxa, independência do Brasil, grande país. Como me esqueci”? Olhei aminha volta e me senti mais frustrado ainda, pois o pessoal todo estava tão desligado desse fato quanto eu, ali, emburrado porque só consegui pegar um ônibus para Montenegro às onze horas da manhã, devido ao feriado.
Grandes, médios ou pequenos, os desfiles cobrem as manhãs de 7 de setembro. Poucos lembram do fato em si, “Independência ou Morte”, como bradou D. Predo as margens do Ipiranga, salvo que determinados aspectos dessa versão, no entanto, são contestados por alguns historiadores, mas o fato é que a liberdade (ausência de submissão, de servidão e de determinação, tudo aquilo que qualifica a independência do ser humano) é pouco lembrada e valorizada pelo povo. “Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um” segundo Sartre, filósofo Frances nascido em 1905 e morto em 1980.
Que não somos livres para escolher determinar nossas vidas e que isto se agrega a muitíssimos fatores políticos e econômicos já é sabido por muitos, ou por todos. Nem nossos hábitos mais são livres, somos e fazemos o que a maioria faz, e a maioria faz o que está sendo estimulada a fazer. Nos filmes tremula a bandeira norte americana, na música, o hap dança com seus correntões de ouro. Será que na literatura o nosso grande escritor Paulo Coelho nos salvou?
Um gole a frase “Sou brasileiro e não desisto nunca”, ou seria “sou brasileiro e não consigo nunca”? Não sejamos tão pessimistas, um gole a nós, grandes habitantes de um pequeno país manipulado e cansado das políticas públicas vigentes, dos políticos que nada mais são do que o espelho de seu povo. É difícil mudar, é difícil, quando nos sentimos sozinhos. Vale lembrar que nós todos sofremos, por isso eu digo, um gole a nós, ao 7 de setembro, mas não devemos nos animar demais e beber tudo, guardemos um gole para brindar a nossa “Independência Mental”, com vinho, pois esta, tarda a chegar.
Filosofia De Boteco - coluna semanal do Jornal Expressão Popular
ed.33, sábado, 05 de setembro.
Há algum tempo atrás escrevi um poema chamado “Best Sellers não trazem felicidade”, pra quem não sabe, um Best-seller é um livro que é considerado como extremamente popular entre os leitores e é incluído na lista dos mais vendidos. Considerado “literatura de massa”, inclui necessariamente o consumo, portanto, quando escrevi o poema não quis exprimir que dinheiro “não traz felicidade”, mas quis retratar uma frase que li de um famoso escritor norte americano chamado Ernest Hemingway: “A felicidade nas pessoas inteligentes é a coisa mais difícil de encontrar”.
Sabe, vejo nas ruas e pelos lugares que freqüento, seja na universidade, no trabalho, ou no bate papo com os amigos, que as pessoas que aparentam ler muito, parecem estar sempre aflitas, preocupadas com algo que escapa a suas mentes. Observo que essas pessoas travam uma espécie de luta para terem um tempo só pra elas mesmas, para fazer as coisas mais simples, como, cortar o cabelo, fazer a barba, etc..
Parece que as regras atrapalham a criatividade ou o ato de pensar por si mesmo. Muitos artistas que conheço, entre outros que só li suas biografias tinham a falta de organização, bem como o desapego as coisas materiais como religião. Ando pensando muito nesses tipos de atitude ao observar as pessoas por esse mundo ai a fora. A própria filosofia, segundo o que li e escutei de terceiros, foi criada na Grécia Antiga e um dos aspectos que impulsionaram esse conhecimento foi o ócio a qual os aristocráticos gregos viviam na época.
Não estou fazendo apologia a qualquer tipo de política, muito menos a vadiagem, mas como que uma pessoa que trabalha de 8 a 10 horas por dia, estuda quatro e dorme oito, vai ter tempo pra refletir sobre o mundo a sua volta? Não é a toa que Hemingway disse que a felicidade nas pessoas inteligentes é a coisa mais difícil de encontrar. Se alguém conseguir pensar sobre o caos das ruas, o desespero da massa verá um excesso de informação, que somado a tudo que está por de trás de tudo, gera uma grande angústia e impotência para quem reflete sobre tal situação da sociedade contemporânea.
Uns trabalham sem parar, para adquirirem bugigangas e mais bugigangas, entre elas Best Sellers, outros pensam demais, não enxergam futuro e tramam ardilosamente para buscar o mesmo prazer dos primeiros, mas através de outros meios. Como canibais uns comem os outros, usando o próximo, como escada para alcançar seus objetivos. Via de regra a felicidade é coisa rara. Um gole ao Hemingway, um gole aos operários das fábricas e aos humildes desse mundo de meu Deus. Mais um gole para os desesperados em busca de poder e um gole aos pensadores que creio eu, são os mais desgraçados. E finalmente faltará álcool ou função hepática suficiente para que eu possa brindar por todos nós.
Há algum tempo atrás escrevi um poema chamado “Best Sellers não trazem felicidade”, pra quem não sabe, um Best-seller é um livro que é considerado como extremamente popular entre os leitores e é incluído na lista dos mais vendidos. Considerado “literatura de massa”, inclui necessariamente o consumo, portanto, quando escrevi o poema não quis exprimir que dinheiro “não traz felicidade”, mas quis retratar uma frase que li de um famoso escritor norte americano chamado Ernest Hemingway: “A felicidade nas pessoas inteligentes é a coisa mais difícil de encontrar”.
Sabe, vejo nas ruas e pelos lugares que freqüento, seja na universidade, no trabalho, ou no bate papo com os amigos, que as pessoas que aparentam ler muito, parecem estar sempre aflitas, preocupadas com algo que escapa a suas mentes. Observo que essas pessoas travam uma espécie de luta para terem um tempo só pra elas mesmas, para fazer as coisas mais simples, como, cortar o cabelo, fazer a barba, etc..
Parece que as regras atrapalham a criatividade ou o ato de pensar por si mesmo. Muitos artistas que conheço, entre outros que só li suas biografias tinham a falta de organização, bem como o desapego as coisas materiais como religião. Ando pensando muito nesses tipos de atitude ao observar as pessoas por esse mundo ai a fora. A própria filosofia, segundo o que li e escutei de terceiros, foi criada na Grécia Antiga e um dos aspectos que impulsionaram esse conhecimento foi o ócio a qual os aristocráticos gregos viviam na época.
Não estou fazendo apologia a qualquer tipo de política, muito menos a vadiagem, mas como que uma pessoa que trabalha de 8 a 10 horas por dia, estuda quatro e dorme oito, vai ter tempo pra refletir sobre o mundo a sua volta? Não é a toa que Hemingway disse que a felicidade nas pessoas inteligentes é a coisa mais difícil de encontrar. Se alguém conseguir pensar sobre o caos das ruas, o desespero da massa verá um excesso de informação, que somado a tudo que está por de trás de tudo, gera uma grande angústia e impotência para quem reflete sobre tal situação da sociedade contemporânea.
Uns trabalham sem parar, para adquirirem bugigangas e mais bugigangas, entre elas Best Sellers, outros pensam demais, não enxergam futuro e tramam ardilosamente para buscar o mesmo prazer dos primeiros, mas através de outros meios. Como canibais uns comem os outros, usando o próximo, como escada para alcançar seus objetivos. Via de regra a felicidade é coisa rara. Um gole ao Hemingway, um gole aos operários das fábricas e aos humildes desse mundo de meu Deus. Mais um gole para os desesperados em busca de poder e um gole aos pensadores que creio eu, são os mais desgraçados. E finalmente faltará álcool ou função hepática suficiente para que eu possa brindar por todos nós.
Filosofia De Boteco - coluna semanal do Jornal Expressão Popular
ed.32, sábado, 29 de agosto.
Caros leitores, aqui nós conversaremos sobre os assuntos mais diversos. Desde os tipos existentes de cerveja a metafísica. Nada melhor para um jornal popular, creio eu, já que este tipo de mídia, se livre, pode alcançar com maior ênfase a grande massa social, o povo. Trazendo assim para quem escreve nestes veículos de comunicação em especial, grande satisfação.
Nesta coluna em especial trataremos de política, mas não essa que estamos acostumados a assistir na televisão, ou a debater com nossos próximos. Falaremos aqui, 0,001%, da política de Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos.
Para Aristóteles a felicidade estava no exercício da essência humana, essência como aquilo que nos difere dos demais seres, que no caso do homem seria a razão, e não o intelecto, pois até mesmo um cachorro tem inteligência, mas não tem razão. Assim, o exercício da razão nos traria a felicidade, pois segundo Aristóteles, nós seríamos mais justos, morais e éticos.
Desta forma a política seria a ciência da felicidade humana, pois trataria da felicidade do coletivo, que consistiria numa certa maneira de viver do homem no seu meio: costumes, instituições, cultura, etc. Portanto, o objetivo da política seria, primeiro, descobrir a maneira de viver que leva à felicidade humana, isto é, sua situação real, e, depois, a forma de governo e as instituições sociais capazes de a assegurarem está felicidade.
Agora, conseguiríamos nós imaginar nossos senadores estudando Aristóteles, fazendo uso deste tipo de política, ou se quer aprovando a filosofia como matéria obrigatória nas escolas, desde a pré- escola ao fim do ensino médio? Por professores capacitados para tal função? Dificilmente, por isso, ainda acho que estamos longe de sermos felizes neste nosso enorme país do carnaval.
Caros leitores, aqui nós conversaremos sobre os assuntos mais diversos. Desde os tipos existentes de cerveja a metafísica. Nada melhor para um jornal popular, creio eu, já que este tipo de mídia, se livre, pode alcançar com maior ênfase a grande massa social, o povo. Trazendo assim para quem escreve nestes veículos de comunicação em especial, grande satisfação.
Nesta coluna em especial trataremos de política, mas não essa que estamos acostumados a assistir na televisão, ou a debater com nossos próximos. Falaremos aqui, 0,001%, da política de Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos.
Para Aristóteles a felicidade estava no exercício da essência humana, essência como aquilo que nos difere dos demais seres, que no caso do homem seria a razão, e não o intelecto, pois até mesmo um cachorro tem inteligência, mas não tem razão. Assim, o exercício da razão nos traria a felicidade, pois segundo Aristóteles, nós seríamos mais justos, morais e éticos.
Desta forma a política seria a ciência da felicidade humana, pois trataria da felicidade do coletivo, que consistiria numa certa maneira de viver do homem no seu meio: costumes, instituições, cultura, etc. Portanto, o objetivo da política seria, primeiro, descobrir a maneira de viver que leva à felicidade humana, isto é, sua situação real, e, depois, a forma de governo e as instituições sociais capazes de a assegurarem está felicidade.
Agora, conseguiríamos nós imaginar nossos senadores estudando Aristóteles, fazendo uso deste tipo de política, ou se quer aprovando a filosofia como matéria obrigatória nas escolas, desde a pré- escola ao fim do ensino médio? Por professores capacitados para tal função? Dificilmente, por isso, ainda acho que estamos longe de sermos felizes neste nosso enorme país do carnaval.
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